Geração contatinho




Dia desses estava pensando em como o mundo amoroso anda diferente, dizem que isso se chama evolução.

Não concordo muito com esse avanço em nome do amor, mas vamos em frente.

A moda agora é contatinhos, sem amor sem sentimento, que é para não gerar dor nem sofrimento.

Um dia é uma, amanhã outra e depois de amanhã outra, e talvez volte naquela que mais demonstrar afeto, mas vamos combinar sem se apegar!

Ah, também não é permitido tirar fotos e se tirarmos, a regra é clara, nada de postar nas redes sociais, porque o que vigora na lei dos contatinhos é que exposição não pode não.

Se vacilar, a gente corre e apaga a foto antes de tomar uma proporção maior e estragar meus outros romances.

Numa boa, falando sério, isso me parece muito surreal pelo que entendo de amor.

Me sinto um pouco deslocada quando dizem que a moda do momento é essa. Ou entra na roda ou fica de fora.

Prefiro ficar de fora e só vendo essa roda girar e muita gente se magoar.

Se meu sexto sentido me avisa que entrei na lista do contatinho de alguém, vou logo dizendo até logo meu bem, que essa moda não me faz nada bem.

Quero deixar claro que nada tenho contra com quem se senti bem mantendo seus contatinhos e consegue administrá-los sem apego e sem afeição.

Enquanto escrevo esse texto, me lembrei do cantor Gabriel O Pensador e a canção dele de nome "2345meia78", em que ele pega seu caderninho de telefone, algumas fichas e vai para o orelhão tentar marcar algum encontro.

Eu disse ficha e orelhão?

Talvez a geração contatinhos sempre existiu, agora que ganhou outra versão e regras para evitar a exposição.

Mas mesmo diante da nova versão, agradeço, mas não entro nessa não.

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