Solidão


Se tem uma coisa que me agrada é a solidão, aquela conversa em que a única voz é a minha mesma.

Eu pergunto, eu mesmo respondo e pronto ali se inicia o meu monólogo.

Momentos como esses pra mim é renovação, construção de novas ideias, certeza de novos versos e novas palavras escritas.

Inesperadamente hoje a solidão me incomodou, o timbre da minha voz embargada implorou por outra firme e audível, o monólogo interno não se concretizou e ficamos ali nós duas a espera de alguma coisa que nem mesmo sabíamos o que era.

Ninguém chegou, nem uma voz soou, eu e a solidão ali de mãos dadas, como duas conhecidas e naquele momento nos tornamos desconhecidas.

Pela primeira vez ela me incomodou, se tornou pra mim um fardo pesado, ela me ignorou e nem se pronunciou, ficou irreconhecível.

Ela que tantas vezes foi minha maior confidente, que sabia dos meus desejos mais ardentes, que conhecia meus sonhos e meus segredos, minha companheira de taças de vinho, minhas risadas garantidas, meus puxões de orelha quando meu lado criança resolvia fazer arte..

Agora ali, parada feito uma estranha, me olhando como se eu nunca tivesse existido...

Me senti incompleta, as lágrimas permiti que viesse nesse momento de luto interno, senti aquele vazio crescendo e deixei pra ver que forma ia dar, aquele espaço tinha dona e coincidentemente se chama solidão.

Postagens mais visitadas deste blog

Um domingo qualquer

Maturidade

Outros sons