Eu escrevo, tu escreves



Desde criança somos ensinados a reprimir nossos sentimentos, engolir o choro, agradar as pessoas, ter bons modos a mesa, não falar palavrão e nem dizer o que pensa para não magoar o próximo.

Lembro de algumas vezes eu também ter dito isso para minhas filhas quando elas eram pequenas. A do meio então... falava até pelos cotovelos e eu ficava vermelha de vergonha.

Mas com o tempo fui pensando em como também tive que engolir muitas palavras, muitos sentimentos, sorria com vontade de chorar, abraçava quem eu não queria só para agradar.

Sei que no atual mundo em que vivemos, ficou um pouco mais complicado dizer o que pensa, expressar sentimento sem medo de se machucar, temos que nos calar enquanto queremos dizer poucas e boas.

E fica tudo ali, entalado na garganta, preso na alma, vira assombração na madrugada, uma panela de pressão prestes a explodir.

Se não posso falar, então escrevo. Escrevo o que minh'alma grita em silêncio, escrevo para não abortar meus sentimentos, escrevo o que fere meu coração, escrevo para me safar da solidão.

Tem pessoas que não conseguem escrever e precisam dialogar, e não é a toa que os consultórios de terapia vivem lotados. Recorrem, aliás, recorremos ao psicologo como forma de colocar pra fora o que entope nossas veias, o que trava nosso riso, vamos ali para aprender a lidar com tanta crueldade e falsidade.

Bom, não importa a maneira, se é através da escrita ou da fala, o que importa é se esvaziar de tanta coisa negativa, é se sentir leve e se sentir bem consigo mesmo.

Experimente, falar, gritar, dançar ou escrever, faça o teste para você ver.

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