A vida é um rascunho


Ontem procurava o original de um livro que escrevi na adolescência, um livro cheio de imaginação, cercado de palavras inocentes e repleto de sonhos.

Sonhos esses que carregava dentro de mim, e transformava todo aquele sentimento em uma bela história.

Me lembro que escrevi esse livro em um caderno brochura de capa flexível, escrevia a lápis, sentada no chão, apoiava o caderno na cama e ali ia brotando imaginação para cada capítulo.

Não consigo me lembrar quantas horas ficava ali sentada dando vida àqueles personagens. E não me importava com rimas ou se a grafia estava correta, só queria que aquela história tivesse um final feliz.

A cada término de um capítulo, colocava minha irmã mais nova sentada ao meu lado e lia pra ela com intuito que também pudesse viajar naquela aventura junto comigo.

Mas como disse no primeiro capítulo dessa crônica, fui atrás do original, daquele emaranhado de letras, daquele rascunho, daquela história de adolescente, daquele que provavelmente se transformaria em um livro com direito a uma revisão completa, com capa, contra capa, prefácio, dedicatória, agradecimentos e tudo que um livro tem direito.

Infelizmente essa história não teve um final feliz como a do livro, o rascunho se perdeu... a história se perdeu... não sei onde se meteu!

Com isso, me fez refletir que a nossa vida também é um rascunho, escrevemos nossa história a lápis, sem direito a passar borracha nos nossos erros, mas aprendemos com os tropeços.

O livro da nossa vida vai ganhando parágrafos, rimas e narrativas todos os dias, até que chegará uma hora que esse conto terá fim e nosso rascunho ficará abrigado na memória daqueles que nos amam, arquivado em uma forma de livro com direito a ser lido e relido quantas vezes quiserem e puderem.

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